A Classe
O Marreco 16 é um veleirinho nascido nos anos 80, no Brasil, sob projeto do Antonio Ferrer. Sua popularidade se deu por conta principalmente de seu ecletismo: reunia conforto para uma velejada de fim de semana, com sua cabine com caminha de casal mais uma de solteiro (para criança), sua segurança (marreco não vira!!) e seu preço acessível (mesmo em dólar aos padrões da época).
Difundido rapidamente, principalmente nas águas paulistanas da Represa de Guarapiranga, já se ouviu dizer que foram vendidos mais de 300 pelo Brasil. Rapidamente uma classe nacional se formou, com campeonatos regionais e até Brasileiros.
Como acontece com quase tudo na vida, a modernidade, no final dos anos 80 e início dos 90, fez o Marrequinho dar lugar a modelos mais modernos, mais leves, mais rápidos e destinados quase que exclusivamente a regatas, como o Microtoner 19.
Houve um período de “descanso” para a classe, que foi incorporada pela categoria G1, na então recente classe Mini-Oceano (MO). Categoria G1 que então abrigava os veleiros cabinados de 16 pés, como o Boto 16, Paturi 16, Caribe 16 e Tahiti 16. Barcos com características semelhantes como o comprimento do barco, mas quesitos técnicos bem diferentes, o que tornava então as competições “bico de proa” da G1 extremamente desafiadoras para equalizar os resultados.
No fim de 2006, após 10 anos no MSB (Movimento dos Sem Barco), adquiri um Marreco na Guarapiranga: o BERGION, conhecido dos anos 80. Rebatizado como POITA, iniciei com ele uma jornada bastante feliz ao buscar reunir novamente os Marrecos na represa para divertir a turma.
As premissas para essa reunião seriam: juntar amigos, brincar de regata, confraternizar! E para o Marreco, a ideia era respeitar as características mais originais possíveis, de forma a incentivar os barcos menos equipados a também participarem sem preocupação de investimentos pesados. Todo mundo tinha (e tem) condições de entrar na brincadeira em condições de igualdade.
E assim começamos a “abordar” barcos velejando no fim de semana, obtendo os contatos e “intimando” a turma a participar da antiga “COPA ASBAC”, que nos trouxe muitas alegrias, muitos amigos e muito aprendizado. O Ano era 2007.
Nesse período, e por muitos felizes anos, consolidamos a turma de amigos e fortalecemos o time de Marrecos na Represa. Foi então que surgiu o I Circuito G1, em 2012, com vistas a transformar-se no CIRCUITO MARRECO, para em 2020, festejar sua 9ª edição!!
Atualmente outros ventos me levaram a novos mares, mas continuo curtindo demais esse barquinho e os “marrequeiros” de hoje, grandes amigos, mantém firme os laços de amizade que foram e espero que continuem sendo os pilares da Classe Marreco!!
BONS VENTOS E ESTRELAS A BARLA !!
Cássio Lopes – Marreco POITA